sábado, 31 de dezembro de 2011

Shows Internacionais de 2011 - Parte 1

Dezembro está quase acabando e essa é a hora que todo mundo começa a rever os momentos marcantes do ano. Para quem gosta de música, 2011 foi mais que especial com a quantidade de shows internacionais no Brasil. O ano começou com Amy Winehouse (que? ela ainda estava viva nesse ano? e no Brasil?!), teve todo o tipo de show e vai encerrar com David Guetta na praia de Copacabana. O Vibrasônico e o ConversaCult se uniram para fazer uma retrospectiva de tudo o que teve.

Nesse ano, todo mundo se misturou nas pistas (ou no sofá de casa mesmo) para ver os grandes festivais...

O ano de 2011 marcou pela volta de um dos maiores festivais de música do mundo ao Brasil: o Rock in Rio. Desde 2010 o festival vinha causando alvoroço e logo no primeiro dia de venda os ingressos se esgotaram, impulsionando a organização do evento a abrir mais um dia de festival (dia 29/09).
O RiR não foi pouca coisa: 7 dias de shows só com grandes artistas, de estilos diversos, divididos em dias meio tematizados. Por exemplo, Katy Perry, Rihanna e Elton John no chamado dia do pop; Slipknot, Metallica e Motörhead no dia do metal e por aí adiante. Inclusive essa tentativa de atender a públicos diversos foi mal compreendida e se tornou motivo de muitas críticas ao festival ("o nome é RiR e quase não tem rock"). O festival contou com vários nomes de peso, além dos  falados antes, como Coldplay, Maroon 5, Guns n' Roses e Shakira. Veja a line up completa aqui.

1º dia:  Para os mais velhos, Elton John foi sensacional, mas os mais novos pularam e cantaram mesmo com a Katy Perry (vídeo), o destaque da noite. A cantora estava linda e trouxe o toque super colorido de sua turnê para o palco e uma setlist bem montada, que misturou os sucessos de seus dois cds, One Of The Boys e Teenage Dream. Ela, com certeza, foi uma das surpresas do Rock in Rio. Enquanto a Rihanna...



2º dia: Pra quem não sabe, os dois primeiros dias foram os mais disputados. Red Hot Chili Peppers (vídeo) foi o grande esperado da segunda noite e não decepcionou, mesmo sem John Frusciante. Snow Patrol também fez um bom show e arrancou suspiros da platéia feminina.

3º dia:  Talvez tenha sido o dia que tenha tido o público mais homogêneo e mais animado. Slipknot (vídeo) e Metallica (vídeo) foram as melhores apresentações da noite do metal.  Os caras do Slipknot fizeram um show que impressionou até a quem não gosta do estilo (com direito a bateria que levanta e gira, pular na multidão de lugares altos, muita rodinha punk...). Eles gostaram tanto do Rock in Rio que até ficaram pra ajudar depois do show, veja.

4º dia: O dia extra, que misturou cantores super diferentes como Ke$ha e Stevie Wonder, foi o que menos atraiu a atenção do público. As apresentações ainda estavam no nível do RiR, mas o som (principalmente da transmissão) nas duas primeiras apresentações (Ke$ha e Janelle Monáe ) atrapalhou. Mesmo não sendo populares entre todo mundo, Jamiroquai e Stevie Wonder fecharam a noite surpreendendo, o último até homenageou o Brasil. (vídeo)

5º dia: Nesse dia os artistas nacionais eram maioria na line up e só havia duas atrações internacionais: Shakira e Lenny Kravitz. Lenny se apresentou antes da colombiana e, apesar de todo seu esforço e boa intenção, não conseguiu animar o público (que mal sabia as letras de suas músicas). Shakira (vídeo), por sua vez, deu show de simpatia e agitou a galera, mesmo tendo dado preferência às músicas mais antigas e deixado "Rabiosa" de fora da setlist.

6º dia:  Quando toda a programação foi montada, o sexto dia parecia um dos mais parados. Coldplay era o grande artista da noite, Maná poucos conheciam e Jay-Z parecia deslocado. Só que por intervenção divina ou qualquer coisa parecida, Jay-Z teve que cancelar e Maroon 5 entrou no lugar. Do dia para noite, com todos os ingressos já vendidos, o dia 1 virou um dos mais disputados. E os shows não ficaram para menos. Uma das melhores noites - se não a melhor - do Rock in Rio. Nenhum momento "fail" e os artistas surpreenderam. Para o público que estava no local (e não comprou o ingresso com intenção de ver Maroon 5), a banda surpreendeu com animação e interação com o público. "She Will Be Loved" (vídeo) fez até quem não sabia a letra participar.  Alguns jornais no dia seguinte descreveram o show como "fraco". Talvez estivessem acompanhando como a Christiane Torloni? (vídeo) Mas a noite ainda não havia terminado. Coldplay (vídeo)  surgiu mostrando que suas músicas de "paradas" não tem nada e fez um show cheio de participação do público (que não parava de cantar nem nas pausas) e efeitos "especiais"(como pirotecnia, jogo de luzes, borboletas caindo sobre o público e muito mais).


7º dia: O último dia de festival durou até o amanhecer, graças ao atraso de mais de uma hora de Axl Rose e companhia. Isso, mais a chuva que desabou após o show do System of a Down, fez grande parte do público ir embora, mas os fãs de verdade adoraram o show, que teve um setlist maior do que o normal e repleto de sucessos antigos. Teoricamente, a atração principal era a banda veterana Guns n' Roses (ou, pelo menos, o que sobrou dela),  mas quem se destacou  mesmo foi o System of a Down (vídeo). O Evanescence também fez uma boa apresentação, mas usou o show para experimentar a reação do público às músicas novas (ou seja, ninguém sabia as letras).

Já o festival de São Paulo cheio de consciência ambiental também trouxe artistas internacionais, como Black Eyed Peas e Simple Plan (vídeo) (ambos, por acaso, já estiveram no país antes) e, de forma geral, foi marcado pelo hip hop. Foi interessante o fato de  o SWU contar com muito mais bandas brasileiras na grade, principalmente as ainda não muito conhecidas (na mídia tradicional) em sua programação. Outras internacionais menos conhecidas também apareceram, mas, infelizmente, o que acabou chamando mais atenção no SWU foram as confusões em que os artistas se enfiaram, como a briga entre Ultraje a Rigor e Peter Gabriel ou o ataque de Courtney Love ao ver uma pessoa no público com uma camisa de Kurt Cobain (saiba mais aqui).

O Planeta Terra Festival, por sua vez, trouxe uma banda que há muito tempo os fãs esperavam ver no país: The Strokes (vídeo), que é uma das mais conhecidas do estilo por aqui. Além deles, também trouxe a nova banda do Liam Gallagher (ex-Oasis), a Beady Eye. Como já deu pra perceber, o Planeta Terra contou com várias bandas do cenário alternativo, como Broken Social Scene, White Lies e Interpol


Aconteceram, também, festivais menores e quase desconhecidos em outros estados, mas que trouxeram bandas internacionais. Um grande exemplo é o F1 Rocks que, em 2010, trouxe o Eminem para o Brasil e na edição desse ano juntou Macy Gray (não tão conhecida assim) e a revelação britânica, que começa a entrar nas paradas mundiais, Jessie J. Para ter ideia, (provavelmente por causa da vontade de fazer a Jessie J estourar no país*) esse show dela foi divulgado em jornais importantes de vários estados do país (e poucos citaram que a Macy Gray estaria junto). No show daqui, apesar de único e parte de festival, ela usou uma setlist ampla, com todos seus sucessos, e ainda chamou os fãs para o palco (vídeo). No dia seguinte, as duas cantoras ainda foram parar nas pistas de fórmula 1.


*Vocë sabia? Vários artistas estão tentando fazer sucesso no mercado brasileiro, que é um dos que mais tem chamado atenção. Um exemplo é a Taylor Swift, que recentemente até teve sua música "Long Live" transformada em um dueto com a Paula Fernandes.

Até os mais alternativos saíram de casa...

 Contudo, 2011 não foi um ano só de festivais. Mostrando que aqui realmente tem público para show, várias bandas estão vindo. Um grande exemplo são as bandas mais alternativas, como Two Door Cinema Club, Vampire Weekend (vídeo), Kings of Convenience, Bombay Bicycle Club e Warpaint, que não encheriam um HSBC Arena (capacidade:15300 pessoas) no Rio de Janeiro, mas conseguem tocar bem num Circo Voador (capacidade: 2800 pessoas). Mas como uma banda com o público tão pequeno poderia vir tocar no Brasil? Agora parece que já é possível e vale a pena. Além das tradicionais produtoras, o financiamento colaborativo, que no Rio de Janeiro tem feito sucesso com o Queremos, também está trazendo bandas. Muitas bandas que antes só passariam em São Paulo agora também vão ao Rio, eles até criaram uma mini-versão carioca do festival para levar ä cidade algumas bandas que foram no Planeta Terra.

As marcas perceberam que vendiam mais...

Outro indicador dessa "abertura para shows" no Brasil foi a associação de marcas e bandas. Para se promover no país, as empresas não estão só se associando a festivais (aquele Queremos mesmo, volta e meia recebe a colaboração de uma grande marca), mas também estão trazendo as bandas por conta própria. Como exemplo disso, esse ano tivemos a Sky Ferreira, que fez um pequeno show fechado em São Paulo e deu uma de DJ no Rio de Janeiro, para promover o lançamento do perfume CK Shock(nova fragrância da Calvin Klein). Também teve o Ok Go! (vídeo), que a José Cuervo trouxe para uma série de pocket shows no Rio de Janeiro e São Paulo (na época teve até post falando sobre isso por aqui). No local e hora marcados simplesmente chegava uma caminhão enorme, caia uma cortina e eles começavam a tocar. Eles até gravaram um clipe por aqui. Veja algumas imagens do Ok Go! na Cinelândia feitas pela Bia do Distorção Amplificada aqui.





Essa é só a primeira parte (veio muuita gente para o Brasil em 2011!), veja também também a segunda que fala sobre os shows que agradaram a família  inteira (Nick Jonas, Avril Lavigne, Britney Spears, Back Street Boys, Hanson, Paul McCartney, Ringo Starr, U2,Aerosmith, Cyndi Lauper...), aqueles  para o pessoal que gosta algo mais calminho com direito até a Jack Johnson e aquelas milhões de bandas da época myspace finalmente no Brasil (Paramore, Boys Like Girls, The Maine, McFly, 30 Seconds To Mars, Avenged Sevenfold...).



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